A Plataforma Líder em Gestão de Condutores

Para muitos, o motorista de caminhão se tornou um gestor de unidade móvel. A mudança na forma como a profissão é vista se deve ao fato de que o veículo atual já é bem diferente ao fabricado em décadas atrás. Desde 2003, quando o tacógrafo digital começou a ser vendido no Brasil, muita coisa mudou: sensores, rastreamento, softwares e telemetria passaram a fazer parte de um arsenal tecnológico que hoje é amplamente usado no transporte de cargas. Não por acaso, uma pesquisa da Berg Insight revelou que havia cerca de 8,3 milhões de sistemas ativos de gestão de frotas na América Latina no quarto trimestre de 2024, com projeção de 16,6 milhões de unidades até 2029.  Essa transformação é refletida na trajetória de Maurício Franco. Foram 18 anos como gerente de operações em uma empresa de rastreamento veicular. Hoje, ele leva essa experiência para a **Carga Online**, uma startup especializada no desenvolvimento de sistemas que apoiam transportadoras e embarcadores na gestão de caminhoneiros. De acordo com o empresário, o avanço das tecnologias embarcadas transformou a rotina dos motoristas. “O mercado brasileiro se tornou referência no uso da tecnologia para evitar roubos e, com o tempo, também passou a utilizar todo esse aparato para prevenir acidentes e reduzir custos. Mas a experiência do caminhoneiro mudou radicalmente: se antes ele dirigia, hoje também interage com aplicativos, macros e outros tantos sistemas de comunicação. E se queremos mais eficiência, o segredo é usar a tecnologia para engajar o motorista a dar o seu melhor – por vontade própria, e não por um senso de obrigatoriedade”, defende Franco. ## Desafios Uma pesquisa do Instituto Paulista do Transporte de Carga (IPTC), com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), de 2023, revelou que a maior parte dos caminhoneiros pertence a uma geração que precisou se adaptar às tecnologias introduzidas no mundo do trabalho. Profissionais entre 31 e 50 anos representam 75% das contratações de motoristas no Brasil, enquanto menores de 20 anos correspondem a apenas 3%, de acordo com o levantamento.  O instrutor César Cândido, que atua na capacitação de caminhoneiros há 20 anos, afirma que, entre as dificuldades comuns de adaptação, estão a falta de familiaridade com a tecnologia e uma certa resistência a mudanças: “alguns motoristas podem ser resistentes à mudança e preferir manter suas rotinas e métodos de trabalho costumeiros. Alguns podem não entender a importância da tecnologia para a segurança, eficiência e produtividade, o que pode tornar árdua a adoção dessas novas tecnologias”. ## Invertendo a lógica: tecnologia como aliada Embora reconheça os desafios de implementação, Cândido avalia que eles podem ser superados com um suporte adequado: “a tecnologia pode ser uma aliada valiosa para os caminhoneiros, ajudando a melhorar a segurança, eficiência e produtividade, além de reduzir custos e melhorar a qualidade de vida. A integração pode ser um desafio, mas com estratégias adequadas e apoio, é possível superar as dificuldades e resistência e ajudar os motoristas a se adaptar às novas tecnologias”.  Tatiane Rabuske é Diretora de Gente e Gestão da Ghelere Transportes, que conta com cerca de 400 motoristas ativos na frota. Ela também reconhece que há desafios para integrar o time às novas tecnologias, mas cita projetos que, segundo ela, melhoram a comunicação e fortalecem o relacionamento com quem está na estrada: “um exemplo é nossa plataforma digital exclusiva para motoristas. Nela, eles têm acesso a treinamentos online, participam do nosso programa interno de premiação e até realizam o checklist veicular”. A Ghelere Transportes soma mais de 10 mil seguidores no Instagram. O perfil da empresa na rede social também veicula conteúdos dedicados aos próprios motoristas, como dicas de segurança, recados dos setores internos e publicações que estimulam a interação e o compartilhamento de experiências nos comentários. “Utilizamos os canais digitais como meios de aproximação e engajamento, garantindo que a comunicação chegue até quem está na estrada de forma leve, acessível e constante”, diz Rabuske. ## Implantação e resultados Tatiane Rabuske destaca que a implantação de tecnologias para os motoristas da Ghelere Transportes começa com uma fase de testes. De acordo com ela, antes de um aplicativo ou sistema ser liberado aos condutores, os instrutores utilizam a ferramenta e podem sugerir ajustes que ajudem os motoristas a se adaptarem melhor. “Com essa participação ativa, conseguimos reduzir resistências e promover uma adoção mais orgânica por parte de toda a equipe. Essa abordagem tem sido muito eficaz, pois valoriza a escuta dos motoristas, promove protagonismo e facilita o engajamento com as inovações que implantamos”, complementa Rabuske. O empresário Maurício Franco reforça que a implantação é um momento decisivo para garantir a adesão dos motoristas aos sistemas de gestão desenvolvidos pela empresa dele para transportadores e embarcadores. Ele comenta que, durante essa fase, a participação dos colaboradores que lidam diretamente com o caminhoneiro é fundamental: >Para digitalizar os processos que envolvem o motorista, é preciso ouvir os diferentes setores e entender quais atividades precisam ser integradas — treinamentos, premiações, checklists ou envio de documentos, por exemplo. Depois, fazemos um trabalho intenso de divulgação para despertar o interesse do motorista antes mesmo do lançamento do aplicativo. Com esse cuidado, já na primeira semana de uso da plataforma, costumamos alcançar 80% de adesão e engajamento. Esse resultado mostra que, quando há uma visão humana e estratégica, a tecnologia deixa de ser um desafio e passa a ser uma aliada do dia a dia. > ## Sobre a Carga Online A **Carga Online** é uma plataforma digital que conecta transportadoras, embarcadores e caminhoneiros em um único ambiente. Desenvolvida para simplificar a gestão, reúne ferramentas de capacitação, programas de premiação, envio de documentos e checklist veicular. Tudo pode ser acessado pelo motorista via aplicativo ou web, enquanto gestores acompanham indicadores de engajamento e resultados, apoiando decisões mais eficientes.